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Carol Hornos

Espaços que educam, como educam?


Foto: acervo pessoal

Os Espaços educam, seja para aquilo que convencionamos a chamar de “BEM” ou não, eles educam.

Quando falamos de Territórios Educativos, para além de concepções teóricas, estamos fazendo um convite à reflexão de nossas práticas; a olhar para o como interagimos com esses espaços e também como somos afetados por ele.

Nessa nossa caminhada com o BrincaCidade temos inúmeras experiências que poderiam ser olhadas para essa reflexão.

Vamos contar um pouco da, talvez, mais recente delas:

O cenário é São Paulo – 2019 - Pinacoteca – exposição Sopro do Ernesto Neto (maravilhosa diga-se de passagem):

Cena 01: Entramos na área da exposição, tiramos os sapatos por supor que era isso que deveria ser feito (nenhum comunicado ou aviso claro das regras antes de entrar naquela sala), descalços pisamos no tapete que já era parte da composição da obra. Ou vimos um berro: “Aí não pode, tem que colocar os protetores de sapato descartáveis”. Aqueles segundos de todo mundo parado se entreolhando um tanto constrangidos. Será que é com a gente?? Sim era, depois do gripo um gesticular ríspido e impaciente apontando o corredor que deveríamos acessar para retirar os tais protetores e então poder pisar no tapete.

Cena 02: Mesma exposição, outra sala, cores, texturas, sobreposições, movimento, tecidos pendurados provocando a serem tocados... Outra vez uma abordagem grosseira: “não pode puxar só encostar”. Ops ninguém estava puxando, mal havíamos nos aproximado da peça, mas dessa vez o grito foi direcionado pra outra visitante do nosso lado. No susto compreendemos que existia mais regras do que sabíamos até aquele instante...

Foto: acervo pessoal

Uma exposição com uma proposta incrível, colorida, interativa e como propõe o próprio Ernesto Neto, que convida ao público a acessá-la de variadas formas.

Tinham limites era óbvio, regras a serem respeitadas, alguns acordos necessários para preservação das obras e também organização do fluxo dos visitantes.

Nosso ponto aqui não é sobre não ter regras e sim de como nos relacionamos com elas, por exemplo, como comunicamos esses limites ao público?

A maneira que recebemos essas informações afeta diretamente a qualidade da nossa experiência, especialmente, porque estamos falando não só de visitantes que sejam profissionais do universo da arte, mas de pessoas comuns, como nós, famílias, com crianças também, que talvez pela nossa pouca tradição de estar em espaços como esse, não tenhamos como óbvias as tais regras.

Estamos convidando o público, adulto ou infantil, à uma experiência positiva com a arte e com os equipamentos socioculturais da cidade? Ou estamos inadvertidamente reproduzindo atitudes que reforçam a mensagem do “você não pode”, “não é pra você”, “você não é adequado”, entre outros?

E vocês como acham que essas atitudes sejam em casa, na escola ou na cidade, contribuem para nossa formação social?

Contem pra gente se já vivenciaram situações semelhantes e como isso afetou a experiência de vocês!!!!

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